Eles
agridem, torturam e matam sem arrependimento. Com total falta de
compaixão por outras pessoas, o remorso é um sentimento que não existe
em suas vidas. São considerados assassinos sem perdão, até porque nunca
carregam o peso da culpa, matam por matar. A frieza presente nos atos de
violência que cometem, normalmente, se reflete no momento em que são
encontrados pelas autoridades. Foi o que ocorreu quando policiais
prenderam Adelson Aparecido Thomaz, conhecido como "Paraná", acusado de
matar friamente, após rápida discussão, um policial militar e deixar
outro paraplégico em frente a uma casa noturna no centro de São Paulo,
em 21 de novembro do ano passado. Descrito pelos agentes que o
capturaram no último dia 27 como uma pessoa sem nenhum tipo de valor
moral e incapaz de se sentir arrependido pela brutalidade do crime,
"Paraná" pode ser mais um exemplo de indivíduo psicopata, portador do
transtorno de personalidade antissocial.
Um
experiente investigador da Equipe de Homicídios da Corregedoria da
Polícia Militar de São Paulo ficou impressionado com a frieza e a falta
de culpa do acusado ao falar sobre o crime. "Pelo que conversamos, ele
não está arrependido da morte. Só se arrepende de ter atirado em dois
policiais porque isso deixou a situação dele mais complicada. Só por
isso. Mas não se arrepende de ter matado", relata. Segundo o
investigador, a falta de reação ao ser surpreendido pela polícia também
comprova a frieza do acusado. "Quando entramos na casa onde estava
escondido, ele já deitou no chão. Não esboçou reação, não falou nada.
Simplesmente deitou no chão. Isso não é comum. Normalmente quando
prendemos alguém, essa pessoa fala alguma coisa, se justifica ou até
tenta fugir. Ele não se mexeu", lembra.
Apesar
de ser cedo para dizer que "Paraná" é psicopata, o psiquiatra forense
José Taborda, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria, diz que o
sentimento de arrependimento de um indivíduo que comete um crime está
diretamente ligado à estrutura de caráter dele: "Essa frieza e a falta
de remorso geralmente aparecem em pessoas que fazem parte do grupo dos
psicopatas". Segundo ele, não há um perfil fixo dessas pessoas. "Há
vários tipos, uns mais sádicos, outros que cometem crimes do colarinho
branco. Mas a postura em comum é que eles não se importam com os outros.
Tudo gira em torno do seu próprio umbigo", destaca.
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